Trabalho infantil em Catanduva diminui mais de 24% em dez anos
sexta-feira, 15 de junho de 2012Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta semana, resultado da pesquisa sobre o Trabalho Infantil em todos os municípios do Brasil durante os últimos dez anos.
Em Catanduva, o número de crianças ocupadas de 10 a 17 anos de idade caiu 24,25%. De acordo com os dados do Instituto, no ano 2000 foram contabilizadas 1.967 crianças trabalhando. Já em 2010 o número diminuiu para 1.490.
A faixa etária com maior número de crianças trabalhando na ilegalidade é entre os 16 e 17 anos, que em 2010 era de 1.180 pessoas.
Entre os grupos, meninos de 10 a 17 anos é maioria contabilizada no trabalho infantil. São 920 homens contra 570 mulheres no ano de 2010.
De acordo com o conselheiro tutelar de Catanduva, Raphael Meneguesso, não existem registros de trabalho infantil fora da legalidade na cidade.
Ele explica que jovens de 14 a 16 anos podem trabalhar como Menores Aprendizes, os quais têm todos os direitos de um trabalhador normal.
“Em Catanduva é difícil encontrar casos de trabalho infantil que depreciem o adolescente, o qual fica sem estudar, em situação de risco”.
E lembra que várias empresas da cidade contam com o projeto Menor Aprendiz e contratam adolescentes na legalidade.
Além disso, também existe o Projeto Cidadão do Futuro, que oferece cursos de profissionalização aos menores de idade e os encaminha às empresas. “Esses projetos têm ajudado a acabar com o trabalho infantil forçado, sem a legalidade. Acredito que os dados apresentados pelo IBGE não condizem com a atual situação de Catanduva. Essa diminuição é um resultado positivo”.
ALARMANTE
Mas ele ressalta que uma situação preocupante em Catanduva relacionado ao trabalho infantil é o envolvimento de adolescentes com o tráfico de entorpecentes.
“Atualmente, 99,9% de todas as situações de tráfico ou o uso de entorpecentes têm algum menor de idade envolvido”.
O dado é alarmante, pois os menores são usados para trabalharem junto ao tráfico. “É um dinheiro fácil, mão-de-obra barata e que também destrói toda a família. Isso poderia ser considerado com trabalho infantil forçado”.
Lembra que o Conselho Tutelar tem feito vários alertas em relação à situação alarmante em Catanduva. “Se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário não se unirem para tomar decisões incisivas, a situação deve ficar cada vez mais complicada”.
Fonte: O Regional