Banco de olhos de Catanduva precisa de doadores
terça-feira, 4 de outubro de 2011No último mês de agosto a cidade Catanduva registrou o primeiro transplante de córnea endotelial, mostrando que a região dispõe de novas técnicas e tratamentos disponíveis no mercado.
De acordo com o médico oftalmologista responsável pela cirurgia em Catanduva, Thiago Pardo Pizzarro, após o procedimento o paciente voltou para casa e está recuperando a visão aos poucos.
“Nosso objetivo é continuar realizando transplantes utilizando esta mesma técnica, que preserva o paciente e traz benefícios diretos”.
Ele explica que o transplante de córnea endotelial é uma técnica moderna, que evoluiu a partir do procedimento tradicional, o transplante penetrante. Lembrando que o método tradicional é utilizado pela maioria dos oftalmologistas e consiste na substituição de toda a espessura da córnea doente por uma córnea saudável doada.
“Esta nova córnea é então fixada ao olho com um fio especial através de vários pontos. Já durante o transplante endotelial, é substituída apenas a camada mais interna da córnea que está doente, a qual será aderida naturalmente às demais camadas, não havendo necessidade de pontos para segurar o transplante”.
O diferencial da cirurgia é que o paciente é um pós-operatório mais rápido e a possibilidade de recuperar a visão em semanas. “Já o procedimento tradicional a recuperação pode levar meses”.
O município de Catanduva possui um Banco de Olhos e recebe doações de córneas e encaminha os transplantes.
Segundo o médico oftalmologista e presidente do Banco de Olhos da Região de Catanduva, Christian Pizarro, atualmente existe uma sala em uma repartição cedida pelo Hospital Padre Albino para receber as doações locais.
“O Banco de Olhos foi fundado em 1995, através das Lojas Maçônicas de Catanduva. A sala atual foi totalmente reformada com a compra de novos equipamentos e reformas”.
Christian afirma que o Banco de Olhos tem a função, em primeiro lugar, de divulgar e conscientizar a população sobre ser um doador. “Temos também um técnico de enfermagem treinado para realizar as entrevistas e agendar as enucleações”.
Ele conta que a situação da doação de córnea da região de São José do Rio Preto, a qual inclui Catanduva, está satisfatória. Mas também explica que o número de doações na região de Catanduva tem um número pequeno de doações, se comparado ao número de óbitos.
“Esse percentual é pequeno por diversas situações, as principais são referentes à religião, à falta de conhecimento da família em relação à vontade do doador e às doenças infecto contagiosas, que impedem o procedimento”.
CONSCIENTIZAÇÃO
O oftalmologista afirma que as pessoas estão mais conscientes em relação à doação de córneas, mas esse trabalho deve-se fazer diariamente, com trabalhos específicos do Banco de Olhos, divulgação de campanhas, palestras, panfletos, entre muitos outros.
“Na região em que estamos o transplante é feito em um tempo considerado satisfatório. Há uma fila única estadual e o tempo de espera pode chegar a 30 dias. As cirurgias são realizadas em ambientes hospitalares ou em clínicas com centros cirúrgicos credenciados. Atualmente as técnicas estão muito desenvolvidas com um percentual muito alto de sucesso”.
Ele ressalta que o mais importante é ter a conscientização de avisar a família sobre o desejo de ser um po-tencial doador.
“Somente com essa atitude, um número maior de pessoas será beneficiado com esse simples gesto de humanidade”.
Fonte: O Regional