Cresce 4,3 por cento o número de atropelamentos em Catanduva
segunda-feira, 29 de outubro de 2012Nos últimos anos os números de acidentes de trânsito envolvendo veículos e pedestres em todo o país têm preocupado muito a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.
Em Catanduva não é diferente, os casos de atropelamentos, por exemplo, atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), subiram 4,3% entre os meses de janeiro e setembro de 2012, comparados com o mesmo período do ano passado.
Conforme já divulgado pelo O Regional, comparando ainda o mesmo período, foram registrados também pelo SAMU aumento de 20,5% nos números de vítimas de acidentes envolvendo motos e carros, 35,2% entre motos e bicicletas e 18,5% de aumento em acidentes entre motociclistas.
Segundo a coordenação do SAMU, o mês que mais sofreu aumento no número de atropelamentos foi abril, com 16 casos em 2012 e nove no ano passado, 43,7%.
Em março deste ano também foi contabilizado aumento de 30%, sendo 10 em 2012 e sete no mesmo mês no ano passado.
Os meses de agosto e setembro sofreram queda no número de atropelamentos atendidos pelo SAMU; em 2011, agosto registrou 17 atropelamentos e setembro 12, já neste ano foram 10 em agosto, queda de 70% e 10 em setembro, queda de 20%.
O fator humano está presente em quase todos os acidentes de trânsito e quando é de risco são mais numerosos.
Segundo estudos da Associação Brasileira de Prevenção dos Acidentes de Trânsito há diferentes níveis de fatores, por exemplo, a sub-estimação do risco e a maneira em que isto vai se manifestar (excesso de velocidade, ultrapassagem, etc.).
Desatenção, cansaço, deficiências (visual, auditiva, motora), consumo de álcool e droga, excesso de velocidade, desrespeito à distancia mínima entre veículos, ultrapassagem indevida são algum dos aspectos principais nas causas de acidente no país.
Um dos itens que também chamam a atenção é a deficiência que pode gerar lentidão, ou seja, muitos pedestres atropelados são na maioria pessoas idosas.
O fator de risco pode apresentar como uma deficiência visual, má avaliação da distância ou da velocidade de um veículo se aproximando ou pode ser uma deficiência auditiva, para um pedestre, não percepção de um veículo chegando por trás.
A exposição desnecessária ao risco é uma tendência freqüente, especialmente no caso dos condutores masculinos e também dos pedestres, afirmou a associação, ainda mais quando jovens que possuem autoconfiança nos próprios reflexos, procura de sensações fortes e menor percepção do perigo.
Ainda segundo o estudo, mais de 10 mil pedestres por ano são vítimas fatais de acidentes de trânsito.
O número de pedestres mortos no trânsito pode ser avaliado a partir da base de dados do Ministério da Saúde.
O estudo aplicado pela engenharia de tráfego indica que os atropelamentos acontecem ao longo da via com 83% e em cruzamentos, 17%.
Os acidentes ao longo da via podem ser com pedestres andando ao longo da via, mas também e principalmente com pedestres atravessando a via.
Gravidade
A gravidade do atropelamento aumenta rapidamente com a velocidade do veículo envolvido. Para o pedestre atropelado, o risco de morte gira em torno de 30% quando a velocidade é de 40 km/h, porém cresce até 85% se a velocidade de impacto for de 60 km/h. E aos oitenta por hora, a morte é praticamente certa.
A velocidade do tráfego, principalmente nas estradas e rodovias, dificulta as travessias dos pedestres e aumenta o risco de acidentes.
Estes efeitos da velocidade levaram muitos paises a reduzir drasticamente a velocidade autorizada nas zonas urbanas, descendo até 50 km/h e 30 km/h. O tratamento do tráfego foi reconsiderado em muitas cidades do mundo, surgindo um novo conceito de Traffic Calming, i.e. de moderação do tráfego.
A gravidade dos atropelamentos mantém direta relação com as características físicas e com a dinâmica dos corpos em conflito.
O fato de a energia cinética aumentar em proporção muito maior do que a velocidade, confere aos atropelamentos conseqüências particularmente severas dada a vulnerabilidade de um corpo frente a um veículo.
No mais frequente o tipo de atropelamento com cerca de 80% dos casos o pedestre é atingido pela dianteira de um carro.
A idéia de que em um atropelamento o veículo “passa por cima” do pedestre não coincide com o que ocorre na maior parte dos casos. Situações em que o veículo passa por sobre o corpo do atropelado podem ocorrer em casos como acidentes envolvendo ônibus ou caminhões.
No entanto, a dinâmica do atropelamento mais provável é aquela em que o pedestre, após o choque com a frente de um veículo, rola por sobre o capô e pára-brisa do carro que o atinge. O que ocorre após o choque depende de uma série de fatores, dentre os quais a velocidade do veículo e a altura do pedestre relativamente à frente do veículo e o pára-choque.
A probabilidade de lesões fatais é maior nos choques frontais do que nos laterais. Em choques a velocidades acima de 60km/h, o pedestre, em geral, rola por sobre a dianteira do carro após o segundo contato (provavelmente o da cabeça) contra o veículo, com o corpo dobrando-se e as pernas podendo atingir o teto do habitáculo.
Fonte: O Regional