Catanduva: Como sobrevivem nossos poetas
terça-feira, 28 de agosto de 2012“Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não”. Com este verso, o músico e grande compositor brasileiro Geraldo Vandré fez história em 1968 com a música “Pra não dizer que não falei de Flores”, transmitindo a mensagem de luta contra o militarismo da época e colocando o povo para refletir.
Este é um dos exemplos do quanto a composição, a poesia, as palavras, os poetas são importantes, não só na conquista da liberdade de expressão, mas como ferramenta indireta para desabafar e denunciar as falhas de corruptos, do abuso do poder e defender a massa que vive na exclusão, mas para isso, em séculos atrás muitos foram exilados, castigados, mesmo assim, nunca deixaram de ser poetas e de compor, as ações e reações sempre foi motivo de inspiração para mais versos serem compostos e poemas e poesias formulados.
Dentre os poetas brasileiros os nomes: Jorge Amado, Ferreira Gullar, Vinicius de Morares, Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis e Mario Quintana são a Literatura.
Atualmente os poetas são livres para se expressar, sejam versos de amor, de crítica, com rima ou sem rima, mas o mundo que hoje respira pura tecnologia prejudica um pouco este trabalho. No passado um tinteiro, uma folha de papel com escritos de algum pensamento era valioso, hoje o valioso foi substituído pela dominadora e sem limites, chamada Internet, que dificulta o trabalho do artista literário, oferecendo inúmeros sites de poesias, poemas, que nos deixa em dúvida se procede de fontes confiáveis, também há os dowloads de obras que acaba tirando a essência do livro tradicional.
O catanduvense Odair Rizzo, que é poeta e escritor literário desde seus 15 anos e conta atualmente com dez obras publicadas, concorda que realmente a Internet tem ocupado e invadido todos os setores, mas ainda acredita que o mundo virtual não consegue aproximar o leitor assim como um exemplar de um livro.
“Ter um exemplar em mãos; possuir um livro de cabeceira para ser lido no silêncio da noite, até no sentido do relaxamento da mente e do corpo, para que chegue o sono, é uma tranquilizante atitude deliciosa que jamais haverá de ser banida por completo. A leitura virtual, feita através do computador, – por mais que se queira – nunca terá o dom de aproximar tanto o leitor com o exemplar de um livro, principalmente os que se referem a romances, contos, poesias, etc., os quais prendem bastante a atenção dos que os acompanham, costumeiramente”.
Rizzo cita que de seus livros anteriores, conseguiu comercializar 25 mil unidades, “estando todos esgotados, com exemplares espalhados dentre leitores de nossa cidade, da região e de localidades mais distantes”. As obras do autor são conhecidas nas cidades de Ubatuba, Caraguatatuba, Bauru, Lins, Penápolis, Jaú, José Bonifácio, Fernandópolis, Jales, Votuporanga e Santa Fé do Sul. Além dessas, são conhecidas também em na cidade de Paraty e em Angra dos Reis, ambas no estado do Rio de Janeiro.
A poesia é sempre definida como a inspiração da alma do poeta, no geral tem a sensibilidade extrema para atingir os sentimentos e pensamentos mais profundos, com o mundo mais competitivo e consumista é difícil manter as raízes poéticas.
Odair sente essas mudanças. “A bem da verdade e como o escritor é quase que sempre uma pessoa muito introspectiva, guardando para si aquilo que o aflige, a vida tão corrida tende a afetar o seu comportamento bem mais reservado, influindo no desempenho do artista. De fato, o mundo tão tecnológico e competitivo tem interferido no poderio da produção literária”.
Outro ponto observado é falta de interesse da própria sociedade pela cultura, os que possuem é a minoria. “É triste, mas há de se concordar com tal colocação. Não sei até que ponto vai tal desinteresse, porém na realização de Bienais de Literatura tem-se a oportunidade de não se concordar absolutamente com o distanciamento das pessoas com os livros, tendo em vista que a maioria das mostras culturais vem obtendo cada mais frequentadores e casos típicos são a Bienal de São Paulo e a FLIP – Feira Literária Internacional de Paraty -, com o seu crescente número de adeptos visitantes”.
Para fortalecer a Cultura no geral, Rizzo destaca que embora em nossa nação a Cultura venha sempre em segundo plano, ele sugere que poderia existir uma divulgação intensa e duradoura junto às crianças, preparando-as desde cedo para a leitura. Ele ainda sugere que poderia haver ‘olheiros’ (como ocorre no futebol) para descobrir-se o surgimento de novos talentos na área da Literatura. Sabendo que o público da Literatura é pequeno, o autor revela que para manter a fidelidade de seus leitores, procura não deixar cair a qualidade daquilo que lhe vem à mente e é depois inserido no papel. “É indispensável que o artista procure sempre galgar uma leitura cada vez mais agradável e atraente ao seu público leitor, numa jornada que já lhe é tão difícil, tradicionalmente”.
Por maiores que sejam as dificuldades à sua frente, um poeta nunca deixa ser poeta. Um poeta, na realidade jamais deixa se escrever, mesmo que não consiga publicar a sua matéria. O escritor faz uma breve definição de ser “ Poeta”. “Creio que é em razão do dom destinado, da aptidão oferecida. O poeta entrega-se às frases e aos versos, como o cantor entrega-se a entoar a canção, o locutor entusiasta ao narrar à marcação de um gol, o piloto à alegria ao vencer um GP, afinal. Tudo é questão de bom gosto por aquilo que se faz. Fatalmente, ninguém produz o esperado, efetuando algo que não lhe atrai, que não seja de seu agrado”.
GRUPO DE POESIA – GUILHERME DE ALMEIDA
Do outro lado, com a arte de recitar a poesia, o presidente do Grupo de Poesia “Guilherme de Almeida”, Álvaro Jará, é confiante que mesmo com a tecnologia atual, nada supera a inspiração da alma e do coração do poeta que continua a em suas apresentações.
O Grupo de Poesia Guilherme de Almeida foi fundado desde 31 de maio de 1985, há 27 anos em Catanduva, atualmente é formado pela diretoria: Álvaro Jara, João A. J. Machado, Arlete S. Llorente, Ester dos Anjos, Mariangela Gonçalves, João Batista da Silva e Silvio Luiz Scaldelai, pelo Conselho e colaboradores: Ana Maria B.Custódio, Daniel Pereira, Homero Hortenzi, Terezinha Penteado Roncalho, Joanas Rogerio Sanches, Antonio Valentin Venturini, Gildete Hipolito, José A. Juvenazzo, Maria Luiza Ravajes, Nair Vendramel, Ogui Lourenço Mauri e outros, pessoas que cultivam e amam e se dedicam a histórias poéticas.
O Grupo trabalha com o objetivo principal, que é difusão da Literatura. Durante estes quase 30 anos de trabalho o grupo chegou a realizar mais de 200 apresentações públicas pela cidade e cidades vizinhas. Uma vez por mês o Grupo também realiza uma apresentação na Praça da República.
Para Jará, mesmo que a Internet tenha se tornado um meio de ampla divulgação de informações e às vezes até sufoca com tantos assuntos, a poesia e o próprio poeta não estão e nem serão prejudicados.
Todos os integrantes do Grupo, além de serem artistas, possuem outras funções de trabalho, e mesmo com outras obrigações fazem questão de continuar com a poesia. “O Poeta é predestinado a exteriorizar suas emoções”, reflete Jara.
As dificuldades são superadas justamente pela grande emoção pela qual o poeta é acometido e levado a escrever seus sentimentos por versos e prosas.
Fonte: O Regional
EM 12 de outubro de 2012
Prezados (as) EditoRes (as)
Notícias da Cidade de Catanduva
Obrigado por terem reproduzido – e muito bem – matéria que fala sobre o meu ‘trabalho’ literário, publicada em ‘O Regional’.
Abraços e continuem com este excelente site de divulgação das coisas de nossa querida ‘Cidade Feitiço’.
Odair Rizzo
Olá, Odair!
A equipe do Encontra Catanduva fica lisonjeada por poder contar como o O Regional na missão de informar a comunidade catanduvense sobre o que acontece na cidade.
Estamos comprometidos com a informação e com a prestação de serviços aos moradores de Catanduva.
Obrigado,
Equipe Encontra Catanduva